"...Acho que tenho medo de não conseguir deixar que o passado seja passado, de aceitar verdades pela metade, de viver de ilusão". 

 

           

            

            Olhar o horizonte e ter resposta para sentimentos mal resolvidos.

    A brisa, o vento diz.

        É preciso ir além para decifra-los.

         Natureza e sua comunicação não-verbal.

       A melhor conselheira de todos anseios.

          Sinto falta dos momentos só eu e você

Liliane Leal.

Bon jovi - Thank you for loving me.

Hoje não tenho poesia que caiba numa mão fechada e pequena.

Não tenho interesses que passem de átimos de segundos.

Também não tenho curiosidades que incomodem momentos de meus dias.

Hoje não tenho ninguem a quem seguir nem estrada para voltar.

Estou estanque por meu querer.

Estático como frequencias que nunca se repetem.

Hoje estou sem cores e sem sons.

Talvez uma música em branco e preto.

Talvez uma pintura com dois ou três acordes.

Horas e dias, meses e anos, vidas e eternidades. Mas às vezes eu só queria saber apreciar cada um destes momentos sem olhar para o lado e enxergar o que aflige. Uma paisagem no horizonte e o sopro frio do sul são tão mais belos que esta visão de medo que tenho por vezes. 

Uma vida de momentos únicos, de sopros e horizontes que espero depois desta estação.

Sinto falta de pegar estrada sozinho.
Parando onde quiser. Para ver. Aprender. Sentir.

Curto dias frios. Curto mulheres que elegantam ao enfrentar o frio. Curto o cheiro bom dos cremes que protegem a pele. Curto as guloseimas da época. Os velhinhos que usam felizes e satisfeitos seu conhecimento para criar sabores inalcansáveis. A lua que brilha com mais força para nos mostrar o caminho. Gosto muito. Sempre gostei.

Retomada!

Perdi as palavras entre o aqui e o ali, deixei que se escapassem por entre as imagens que também se tornam escassas. Talvez tenha sido eu a abrir as mãos e as deixar que que voassem, talvez estivesse à procura de as renovar e reinventar mas depois acomodei-me a vê-las esvoaçar e não as procurei de novo. Ou talvez não as tenha conseguido fazer soltarem-se na forma prevista e tenha optado por outras formas de expressão para expelir reflexões e impressões. Pego de novo nelas hoje, não pela pressão do “tem de ser”, mas simplesmente deixando que se soltem ao sabor do dedilhar continuo no teclado e ao ritmo da música recém-descoberta que me embala nesta regresso à escrita partilhada. É um primeiro reencontro com elas, não sei se haverá amanhã ou se ficam por aqui, mas tanta coisa na vida tem sido vivida deste modo tão presente que mal nenhum virá se elas desaparecerem novamente amanhã...

Na velocidade da vida

A gente corre e corre até sentir que se cansou por nada.

O que fizemos com todo aquele tempo que foi gasto, todos os momentos desperdiçados, todos os sentidos trocados por uma vontade voraz?

O tempo não para, mas a vida sim, e não tem como vive-la na velocidade do tempo.

Sou feliz por aprender a viver na velocidade da vida.

"Na velocidade da vida" foi um filme que vi uma vez e nunca mais consegui de novo.

Sexta-feira fria. Em dias assim gosto de ouvir Por Enquanto, da Legião Urbana. Não sei o motivo, mas a música me remete a dias assim. Frios e nublados.

Fica na cabeça aquela imagem de um dente de leão sendo soprado pelo vento. Lentamente. Até que se desfaça. Desça do céu, germine e provoque aos sonhos de outra garota que sorriu ao se imaginar soprando-o.